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Fertilidade do solo influencia a germinação de sementes de capim?

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‘Fertilidade do solo’ é o termo usado para definir a capacidade do solo em prover os nutrientes necessários em quantidades adequadas para promover e sustentar o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade das plantas de espécies de interesse agrícola. Ou seja, esse conceito contempla unicamente os 16 elementos químicos essenciais à essas plantas, os quais são classificados como macro- (N, P, K, Ca, Mg, S, C, H e O) e micro-nutrientes (Mo, Mn, Fe, Cu, Zn, Cl, B).

Por sua vez, em termos agronômicos, a germinação de sementes é compreendida como sendo um processo composto por duas etapas sequenciais, quer sejam, a) a germinação propriamente dita, iniciada pelo desenvolvimento do embrião a partir da absorção de água pela semente e concluída pela emergência da raiz primária e, na sequência, b) o crescimento da plântula, que consiste do desenvolvimento simultâneo do seu sistema radicular e do crescimento da plúmula, rumo à superfície do solo onde busca emergir. Qual a relação entre esse o fenômeno e a fertilidade do solo?

O nível de fertilidade do solo não tem efeito sobre a primeira das etapas acima mencionadas, pois a maior parte das sementes traz consigo, como reserva, os nutrientes dos quais necessita para a cumpri-la. Entretanto, a importância desse atributo do solo aumenta à medida que se esgotam as reservas da semente, utilizadas no desenvolvimento da plântula até sua emergência na superfície. A partir desse ponto se inicia a fase do estabelecimento, isto é, aquela na qual a plântula se torna autotrófica (capaz de produzir seu próprio alimento com base em fotossíntese) e se transforma em uma planta. 

No caso de gramíneas usadas como pastagens, também nessa fase o nível de fertilidade do solo tem influencia, pois na maioria dos casos nessa ocasião as reservas da semente já se encontram esgotadas. Assim sendo, baixos níveis de fertilidade do solo prejudicam tanto a emergência quanto o estabelecimento da plântula, mas não a germinação propriamente dita.

Certas características químicas do solo, entretanto, são capazes de prejudicar diretamente a etapa da germinação. Até mesmo alguns elementos químicos considerados nutrientes para plantas, quando presentes no solo em concentrações superiores a determinados limites, interferem sobre o potencial osmótico do solo e, por consequência também sobre a germinação. Idêntico efeito ocorre em solos salinizados (por excesso de sódio e de cloro).

Outros elementos químicos (metais pesados, por exemplo) são capazes de impedir a germinação. Isso também se verifica em solos contaminados por hidrocarbonetos (óleos combustíveis, gasolina, petróleo, etc.), por determinados herbicidas (2,4-D, por exemplo) e retardadores de crescimento (cycocel dentre outros) e por certos compostos como cianetos. A germinação pode também ser prejudicada em solos muito ácidos, onde é comum a presença de níveis elevados de alumínio trocável (Al³ + ).Entretanto, as espécies vegetais diferem entre si quanto à tolerância ao tipo e ao nível de presença desses fatores capazes de interferir negativamente sobre a germinação das suas sementes. 

As implicações agronômicas e comerciais desses efeitos são importantes. Muito embora a relevância do nível de fertilidade do solo para a germinação seja insignificante, seus efeitos são relevantes para o desenvolvimento, a emergência e o estabelecimento das plântulas, tanto quanto outros fatores como vigor e tamanho das sementes, características físicas do solo, disponibilidade de água, temperatura, profundidade de plantio e presença de pragas e microrganismos fitopatogênicos. Individual ou conjuntamente, esses fatores justificam as diferenças comumente observadas entre resultados de testes realizados em laboratório e emergência no campo. 

Mesmo quando sementes de boa qualidade são semeadas sob boas condições de clima e de preparo do solo, a emergência de plântulas de gramíneas tropicais raramente representa 50% das sementes viáveis puras plantadas, ou 25%, no caso de espécies/cultivares cujas as sementes são pequenas e as plântulas, frágeis. Esse fato deve ser levado em consideração no cálculo das taxas de semeadura.

Conclusões:
         – o nível de fertilidade do solo não influencia a germinação per se, mas tem efeitos                    sobre a emergência e o estabelecimento das plântulas;
         – certos elementos químicos, moléculas e compostos, quando presentes no solo                        acima de determinados níveis, influenciam negativamente as etapas da germinação,
            da emergência e do estabelecimento das plântulas.

Mais informações sobe esse tema podem ser encontradas em:
COOK, S. Pasture establishment on old cropping country in southern Queensland. Tropical          Grasslands, v.41, p.191-199, 2007.
MAYER, A.M.; POLJAKOFF-MAYBER, A. The germination of seeds. 3 rd ed. Pergamon Press,          Oxford. 211p. 1982.

Esse texto pode ser citado da seguinte forma:
SOUZA, F.H.D. 2020. ‘Fertilidade do solo influencia a germinação de sementes de capim?’           Disponível em: http://www.progreseed.com/fertilidade-do-solo-influencia-a-                              germinacao-de-sementes-de-capim/ Acessado em dia/mês/ano.  


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